A economia portuguesa recuou 0,1% no terceiro trimestre do ano, face aos três meses anteriores, segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), arriscando assim entrar em recessão técnica no final do ano, tal como admitiu o governador do Banco de Portugal (BdP). No terceiro trimestre tivemos um crescimento negativo. é possível que no quarto trimestre também tenha um crescimento negativo. Do ponto de vista técnico significa uma recessão», afirmou Vítor Constâncio. Os números do INE revelam ainda que o Portugal não conseguiu escapar ao cenÁrio de contracção do consumo que se vive por toda a Europa. A reafirmar esta evolução negativa estÁ igualmente um estudo de conjuntura económica realizado pela União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) e que analisou cerca de 24% das PME retalhistas na Área do vestuÁrio e bens complementares. O estudo revela que cerca de 85% dos retalhistas apresentam uma visão pessimista do desempenho da actividade económica nacional e 61% das empresas acusam uma quebra do volume de vendas face a 2007. Mas o pior de 2008 parece estar reservado para esta recta final. Além dos 58% dos retalhistas esperarem uma queda nas vendas para esta época natalícia, hÁ ainda 31% que apontam para uma estagnação. Restam apenas 5% de optimistas, que acreditam que vão vender mais. Estes valores vão também de encontro aos novos hÁbitos de compra adquiridos pelos portugueses para tentar superar a crise económica e que incluem um recurso maior aos hipermercados na compra de vestuÁrio. Segundo um estudo levado a cabo pela TNS Worldpanel, subordinado ao tema “O que se passa no grande consumo em Portugal?”, a Zara é a líder de mercado em valor de vendas efectuadas, mas os hipermercados estão no Top 5» em termos de volume. Os portugueses têm também evitado ir às lojas, verificando-se menos 408 mil compradores no primeiro semestre de 2008 do que no mesmo período do ano anterior». De igual forma, o estudo revela que os consumidores pensam cada vez mais antes de comprar e que reduziram em seis euros o gasto em cada compra, registando-se uma diminuição de 480 mil actos de compra no referido período. Os tempos são de crise e o fraco crescimento que se vive na Europa vai ser relativamente prolongada», segundo Victor Constâncio, que acrescenta ainda que, embora 2010 possa ser um ano de recuperação, serÁ um ano de lenta recuperação». Até lÁ, a solução dos portugueses parece ser apertar os cordões à bolsa».