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O barómetro da Fateba

Como vai correr 2018? É na Heimtextil que a especialista em roupa de mesa consegue adivinhar o quão bom ou mau será o ano que acaba de se estrear. Esta edição deixa antever boas perspetivas, com a conquista de um novo mercado, a Polónia, a retoma do mercado sueco e o crescimento em Espanha, alimentado pela Zara Home.

«Se tivemos uma boa feira, com novos contactos e novos clientes a reagirem bem, isso é 90% das vezes sinónimo de um bom ano de trabalho», afirma o diretor comercial da Fateba, António Leite. «Venho a esta feira há muitos anos e sempre foi assim», garante.

A Heimtextil é ponto de encontro com atuais, potenciais e até ex-clientes. «Tivemos a visita de antigas compradoras, que já não fazem negócio connosco, mas que vieram cumprimentar-nos e isso é fantástico. Não dá faturação à empresa, mas dá um prazer pessoal imenso», confessa António Leite. Mas é também uma plataforma comercial. «Conseguimos encomenda de um novo cliente grego, mercado onde já estamos presentes. E conseguimos finalmente entrar na Polónia, um objetivo que perseguia já há muito tempo. Foi um contacto do ano passado e este ano já cá estiveram, muito satisfeitos com a encomenda. Estou muito otimista porque os contactos são bons», revela.

Com a Europa a representar mais de 80% das vendas anuais da Fateba, os mercados holandês e alemão continuam na linha da frente das compras à empresa. «Estamos a trabalhar em novas coleções neste momento para os nossos dois maiores clientes – Holanda e Alemanha – e tenho a garantia que vão comprar tanto ou mais do que no ano passado», adianta o diretor comercial. «Estamos também a aumentar as vendas em Espanha, com a Zara Home, e as perspetivas são de duplicar a faturação com eles este ano. Além disso, conseguimos um cliente novo na Suécia, mercado que estava a baixar ligeiramente mas vai subir este ano. Trata-se de um cliente muito importante, que tem 70 lojas», acrescenta. O outro lado do Atlântico, que representa 12% das vendas totais, deixa igualmente antever boas perspetivas de negócio para 2018. «Estamos a trabalhar bastante bem com os EUA, mas a subida do dólar face ao euro é, obviamente, um problema», ressalva António Leite.

A Fateba, que no ano passado ultrapassou a barreira dos 100 trabalhadores como efetivo, registou um volume de negócios superior a 5 milhões de euros, sensivelmente o mesmo valor de 2016, ano de crescimento recorde para a produtora de têxteis-lar. «Este ano espero que seja igual a 2016 ou melhor ainda porque, como já disse, estamos a começar muito bem o ano. Gostaria de chegar aos 6 milhões de euros», admite o diretor comercial.

Mas nem só de números vive a Fateba, também das palavras inspiradas pela mesa, ditas por grandes nomes nacionais e internacionais, como o escritor Fernando Pessoa – “Dois homens não veem uma mesa da mesma maneira, mas ambos entendem a palavra mesa da mesma maneira. Só querendo visualizar uma coisa é que divergirão; isso, porém, não é a ideia abstrata da mesa” –, o jornalista Leo Longanesi – “Todas as revoluções começam na rua e terminam à mesa” –, a compositora Nina Simone – “Você tem que aprender a levantar-se da mesa quando o amor já não está a ser servido” – ou o político Getúlio Vargas – “Eu sempre desconfiei muito daqueles que nunca me pediram nada. Geralmente os que sentam à mesa sem apetite são os que mais comem”.

Eram estas frases que recebiam, à entrada do stand da especialista na arte de vestir a mesa, os compradores da Heimtextil. Um espaço com um novo conceito – uma mescla de influências industriais, pelos materiais, e futuristas, pelas formas – os seus “buracos” de tamanhos diferentes recordam-me o Palais Bulles construído pelo arquiteto Antti Lovag e celebrizado por Pierre Cardin –, criado por Daniela Mendes, membro da terceira geração do negócio familiar, que constituiu uma rutura com os modelos passados. «Normalmente tínhamos um espaço aberto. Em dias de grande movimento tornava-se confuso porque, além dos clientes, entrava muito gente só por curiosidade, o que atrapalhava o nosso trabalho. Deste modo, sentimos que só entram no stand as pessoas realmente interessadas em fazer negócio», explica o diretor comercial da Fateba.