As vendas líquidas do grupo Inditex aumentaram 9% no exercício fiscal de 1 de fevereiro de 2017 a 31 de janeiro de 2018, para os 25,34 mil milhões de euros, alimentadas pelo crescimento em todas as regiões onde o grupo faz negócio. As vendas comparáveis subiram 5%, em todas as latitudes e para todas as marcas.
O EBITDA cresceu 4%, para os 5,3 mil milhões de euros, e o EBIT atingiu os 4,3 mil milhões de euros, uma subida de 7%. O lucro líquido ascendeu aos 3,37 mil milhões de euros, registando um crescimento de 7%. Entre 1 de fevereiro e 11 de março de 2018, as vendas em loja aumentaram 9%.
O presidente e CEO do grupo Inditex, Pablo Isla, afirmou que 2017 foi um ano de «crescimento sólido». «Os investimentos em tecnologia e logística encetados nos últimos anos, aliados à otimização do espaço, ajudaram que a empresa ficasse bem posicionada para um crescimento contínuo em todos os seus mercados», explicou no comunicado oficial.
O contributo do online
O grupo Inditex revelou que as vendas online aumentaram 41% e foram responsáveis por 10% das vendas totais do grupo em 2017. O grupo de Amancio Ortega arrancou com as vendas online da Zara em Singapura, Malásia, Tailândia, Vietname e Índia ao longo de 2017 e, no passado dia 14 de março, a Zara estendeu o comércio eletrónico à Austrália e Nova Zelândia (ver Inditex capitaliza vendas online).
«As vendas online são cada vez mais importantes e integramo-las com a venda nas lojas físicas», revelou Pablo Isla.
Inaugurações e encerramentos
No ano passado, o grupo Inditex abriu as portas de 524 lojas, o maior número de inaugurações desde 2012. Não obstante, ainda que tenha aberto 524 pontos de venda, 341 lojas foram encerradas. Com efeito, houve um aumento de 183 lojas no ano passado, mas o número representa a pior performance em termos de aberturas desde 2001.
De acordo com o jornal espanhol El País, no primeiro trimestre, avaliando as lojas que abriram e subtraindo as que fecharam, houve um saldo positivo de 93 pontos de venda. No segundo trimestre, um saldo positivo de 20. No terceiro trimestre, de 99 lojas. No final dos três primeiros trimestres, a Inditex geria uma rede de 7,504 lojas.
Porém, no quarto trimestre, a tendência inverteu-se e, pela primeira vez na história do grupo, foram mais as que lojas fecharam portas do que as que abriram. O saldo final foi de menos 29 lojas, o que fez com que a empresa terminasse o ano com 7.475.
Pablo Isla ressalvou que, em 2017, cerca de 90% dos encerramentos foram «casos específicos». Para Isla, os pontos de venda encerrados estavam ultrapassados e não eram relevantes para a estratégia da Inditex. O CEO adiantou ainda que a intenção é abrir entre 350 e 400 novas lojas. A Turquia (35) e o México (32) foram os países onde o grupo Inditex inaugurou mais pontos de venda.
Portugal como parceiro
Segundo informação avançada pela agência Lusa, as empresas portuguesas são atualmente responsáveis por 20% da produção total do grupo espanhol Inditex.
«Portugal representa, em termos de compras de produto, praticamente 20% das compras totais», destacou Pablo Isla durante a apresentação dos resultados anuais do grupo. «Na nossa perspetiva, Portugal tem e vai continuar a ter um papel chave entre os mercados mais relevantes de todo o nosso aprovisionamento», assegurou.
Portugal mantém-se como parceiro valioso dentro da estratégia de aprovisionamento de proximidade do grupo espanhol, sendo que a confeção de cerca de 60% do seu vestuário acontece perto da sede – em Espanha, Portugal, Marrocos e Turquia –, o que lhe permite cortar nos lead times dos artigos, uma vez que não há tantos obstáculos logísticos colocados pela distância (ver O exemplo vem da Zara).
Em Portugal, o grupo Inditex tinha, no final do ano passado, 342 pontos de venda, divididos pelas lojas da Zara (70), Zara Kids (16), Pull&Bear (51), Massimo Dutti (42), Bershka (49), Stradivarius (44), Oysho (36), Zara Home (28) e Uterqüe (6).