A Orfama já investiu perto de um milhão de euros em novas máquinas para ir ao encontro das necessidades dos mercados. O diretor de vendas, António Cunha, adiantou, durante a recente edição do Modtissimo, que nos últimos dois anos a empresa aplicou estas verbas para conseguir obter «produtos mais diferenciados e com aspetos inovadores, que as máquinas antigas não poderiam fazer», dando conta de que o objetivo é «responder às necessidades do mercado».
A Orfama emprega, em Braga, perto de 250 pessoas e fatura cerca de 6 milhões de euros. O grupo possui a marca Montagut e produz também em regime de private label. António Cunha destacou ainda a presença no mercado asiático. «Estamos em Hong Kong, porque grande parte da nossa produção, da Montagut, é para a Ásia, para o mercado da China, Japão, Singapura e Coreia, tendo por alvo um segmento de média e alta gama», revelou.
O diretor de vendas da Orfama acredita que as empresas têxteis portuguesas podem colher muitos dividendos da fuga das multinacionais dos fornecedores asiáticos, nomeadamente chineses. «Na Ásia, os preços estão a aumentar bastante e os clientes chegaram à conclusão que começa a não ser muito viável ir lá comprar, primeiro pela distância e pelos custos fixos que têm que ter nas deslocações. E depois também pelas taxas que têm que pagar ao comprar lá os seus produtos», apontou.
António Cunha considera que a flexibilidade e qualidade do mercado nacional lhe permitirão tomar conta de alguma da produção que está a ser desviada para a Europa. «Há três países que podem fabricar têxteis: Portugal, Itália e Turquia. Neste caso da fast fashion, Portugal é o país que está melhor colocado para dar resposta ao mercado e para que os clientes consigam encontrar um produto inovador, diferenciado, num curto espaço de tempo», assegurou António Cunha.
Apesar disso, grupos como a Inditex têm dado sinais de que estão à procura de novos fornecedores, como o Paquistão. Mas o diretor de vendas da Orfama não teme essa concorrência. «Normalmente a Inditex compra a esses países os produtos mais básicos, de grandes quantidades. Portugal não está nessa guerra. Estamos nas séries mais pequenas e respostas rápidas. E o mercado está a ser orientado nesse sentido», explicou António Cunha.
O responsável garantiu que a empresa está atenta aos sinais do mercado e a sua estratégia evolui por causa disso. «Estamos constantemente a investir naquilo que é inovação e procura de novos produtos, diferenciadores, para que possamos criar nos nossos clientes uma apetência para o nosso artigo. E isso faz-se com investigação», sublinhou. Por isso, depois de investir em maquinaria, a Orfama virou-se para o desenvolvimento, com uma equipa interna que busca continuamente novos produtos e soluções. «Temos produtos que são resistentes à água e onde existe em conjunto o conforto», apontou. Este género de artigos tem como alvo determinados mercados de nicho como o golfe ou desportos em que as pessoas têm contacto com a natureza. «E isso faz com que seja uma mais-valia», salientou o diretor de vendas.