A Ugg está a usar lã recuperada e desperdícios de plástico na Ugg Icon-Impact, uma coleção que faz parte da plataforma Feel Good que a marca americana criou no ano passado para contextualizar os seus objetivos de sustentabilidade e ajudar os consumidores a responsabilizarem-na pelas suas opções.
A Icon-Impact incorpora também cana de açúcar renovável na sola e PET reciclado, tendo, segundo a empresa, evitado que mais de 350 mil garrafas de plástico fossem parar a aterros, o equivalente a duas a três garrafas por cada par.
Já a Keen desenvolveu uma tecnologia que funde solas fabricadas a partir de plantas com partes de cima produzidas com resíduos agrícolas para reduzir a pegada de carbono dos seus ténis.
Steve Burge, um especialista britânico em poliuretano, que trabalhou com a Keen para desenvolver a tecnologia, acrescenta que «a utilização de resíduos agrícolas no poliuretano é um passo importante para transformar a cadeia de aprovisionamento da indústria de calçado. Não só a tecnologia F2F usa resíduos da indústria agrícola, como reduz a utilização de petroquímicos, ao mesmo tempo que elimina a utilização de solventes químicos. A sola exterior destes ténis é 51% resíduos agrícolas. E este é apenas um primeiro passo».
Matérias-primas naturais dão cartas
«A inclusão de lã merino na bota da Levi’s não só destaca a versatilidade da fibra de performance original, como também mostra a natureza sustentável da fibra, perseguindo a missão da empresa de informar e promover a lã como uma fibra originalmente ecológica e reciclável», considera John Roberts, CEO da Australian Wool Innovation, que detém a The Woolmark Company.
Por último, a Puma desenvolveu uma versão experimental das sapatilhas Suede para as tornar biodegradáveis. O objetivo, refere a marca alemã, é responder à crescente procura por produtos sustentáveis. A Re:Suede será produzida a partir de materiais mais sustentáveis, como a camurça Zeology, que é obtida através de um processo de curtume mais sustentável e assegura um melhor conforto ao utilizador em comparação com outras matérias-primas biodegradáveis.
«Em 2012, a nossa ambição circular foi ousada, mas a tecnologia ainda não estava no ponto. Como se diz, por cada desafio há uma oportunidade – e continuamos a procurar fazer melhor ao aplicar as nossas forças, mas também a reconhecer e a melhorar as nossas fraquezas», afirma Heiko Desens, diretor criativo da Puma. «Esperamos que o progresso feito durante a experiência Re:Suede “no time for waste” nos ajude a continuar a subir o nível dos testes de circularidade – permitindo aos nossos consumidores fazer melhores escolhas de moda no futuro, para que as suas sapatilhas possam ir “da camurça ao solo” sem comprometer o estilo do artigo ou a durabilidade no tempo que as têm», resume.