A nova fiação, segundo a Câmara Municipal de Guimarães, significa a criação de cerca de 30 postos de trabalho, sendo mais um passo para consolidar a estratégia de crescimento delineada pelo presidente do grupo, Luís Guimarães. «A Polopique começou há 22 anos com meia dúzia de funcionários e foi crescendo. Em 2011, fruto de que se passava em Portugal e na Têxtil Vizela, que estaria em fase de encerramento, decidimos avançar com o investimento e não parar com a indústria têxtil em Portugal», revelou o empresário aos jornalistas que visitaram a empresa no passado dia 15 de maio, integrados na iniciativa “Open Day Investimento”, da Câmara Municipal de Guimarães.
«É uma unidade têxtil que pode comparar-se com o que há de melhor não em Portugal, mas no mundo. Hoje vimos esta unidade e tem tudo, desde a tecnologia de topo a mão de obra especializada, logística, planeamento, programação, química, tingimento… tudo!», sublinhou Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, que destacou ainda a resiliência e qualidade da indústria. «O sector têxtil teve a capacidade excecional de dar a volta quando todos anteviam que iria definhar e iria passar por outras regiões do mundo, porque se basearia muito na mão de obra barata. Nada disso está a acontecer. Cada vez mais o sector têxtil exige mão de obra especializada – aliás, temos que olhar para a nossa Universidade do Minho e fazer com que a nossa Escola de Engenharia Têxtil também seja uma das melhores escolas da Europa e do mundo, porque aqui, em Portugal e na nossa região, faz-se o melhor têxtil do mundo. Temos as melhores empresas têxteis, temos os melhores empresários, temos os melhores trabalhadores», afirmou.
De acordo com o site do Compete 2020, a nova fiação da Polopique, que contará com o apoio de fundos comunitários, prevê a instalação de tecnologia de ponta, incluindo uma tecnologia de bobinagem que será «a primeira empresa mundial a implementar», assim como tecnologia de fiação de fio contínuo. «No âmbito do projeto será instalada uma nova tecnologia de fiação a qual têm a finalidade de promover uma maior proximidade entre as pontas das fibras e o corpo do fio, dando origem à produção de um fio com uma estrutura diferente, com pilosidade muito reduzida e elevado alongamento e resistência», refere. Dessa forma, pode ler-se na notícia publicada no site do Compete 2020, haverá um «incremento da qualidade do fio produzido, em termos de regularidade e resistência em comparação com os sistemas similares existentes no mercado, por via da incorporação da tecnologia de compactação mais avançada. Tal traduzir-se-á na produção de tecidos mais macios, resistentes, com melhor resistência à abrasão e melhor definição do desenho».Este será mais um investimento da empresa, que se tem destacado precisamente pela forte aposta na expansão. Em 2016, o investimento na fiação tinha já ascendido a 30 milhões de euros, incluindo uma nova fiação para a produção de fios finos, mesclas e fios de cor (ver Polopique fia crescimento). Os investimentos da Polopique valeram-lhe mesmo o Prémio de Excelência Empresarial para Maior Volume de Investimento atribuído pelo CENIT na gala Porto.ModaPortugal, no Palácio da Bolsa, em dezembro do ano passado (ver Porto.ModaPortugal: são todos vencedores). «É sempre bom sermos reconhecidos pelo esforço que fazemos para investir no nosso país», admitiu, na altura, Luís Guimarães.
Empresas investem em Guimarães
Segundo a informação avançada pela Câmara Municipal de Guimarães, a cooperação encetada pela Divisão de Desenvolvimento Económico com mais de 20 empresários está a traduzir-se em investimentos muito significativos no concelho, num investimento de 80 milhões de euros só em empresas do sector têxtil, destacou o vereador Ricardo Costa. No total, os novos investimentos preveem a criação de 417 novos postos de trabalho nas áreas da indústria, comércio, têxtil, ciência e tecnologia.
Além da Polopique, o “Open Day Investimento” passou ainda pela estamparia Dfal – Dias, Fernandes & Andrade Lopes e pelo centro de logística dos Supermercados Bolama.