Além dos 22 produtos de empresas nacionais presentes no Ispo Textrends, no hall C5, os 1.050 metros quadrados nacionais estiveram recheados de inovações, entre empresas que se estrearam e as que, por exemplo, celebraram 10 anos de Ispo Munich.

Foi o caso da Fiorima, que já há uma década que se apresenta no certame desportivo. «É uma feira que selecionámos porque tem dado os seus frutos. Muitos dos expositores são nossos clientes. De alguma forma, cria uma programação de reuniões com maior frequência na medida em que as pessoas estão cá. Temos espaço aberto também para novos contactos, que já aconteceu. Notámos que os novos clientes querem mudar para melhor. É uma mais-valia saber que estão neste segmento de artigos de qualidade, que é o nosso», confessou, ao Portugal Têxtil, Paulo Rodrigues, diretor industrial da empresa. Este ano, a produtora de meias apresenta uma versão mais completa de artigos de valor acrescentado, como a possibilidade de desenhar o calcanhar e a biqueira da meia. «Atualmente, são conhecidos os artigos que têm a perna e o pé em desenho e o calcanhar e a biqueira estão lisos por uma impossibilidade técnica. Nós ultrapassámos isso. A nossa aproximação aos fabricantes de marcas permite-nos preencher um conjunto de requisitos que introduzem a diferenciação. Não há ninguém que a tenha aqui. Estamos a diferenciar-nos. Temos um produto de valor acrescentado. É o que procuramos e penso que estamos a conseguir», explicou o empresário.

Do lado da Clothius, também há objetivos a serem concretizados. Sem surpresas para o diretor de produção, Jorge Vale, «esta edição está a correr muito bem», afirmou o responsáve, que marcou presença na Ispo Munich pela terceira vez. No entanto, este ano, teve uma nova abordagem. «Vamos aos stands. Não estamos aqui à espera. Fizemos um trabalho prévio, de pesquisa, para irmos aos stands das marcas propor o nosso serviço», revelou. A aposta nesta edição passa pelas matérias-primas, como poliamidas mais técnicas e as misturas entre as poliamidas e o poliéster. «O desporto está muito forte. Temos fios termorreguladores, que conseguem combater a celulite ou a fadiga», apontou.
Sucesso à primeira
Mas pelo certame também passaram estreantes. Foi o caso da Bloomati, marca criada pela Carvema Têxtil há cerca de um ano. «Está a correr bem. Temos recebido alguma gente. Já estávamos a contar com isso», reconheceu o diretor José Carvalho. Na feira, a marca está a apresentar «malhas sustentáveis com acabamentos muito distintos, que conferem equilíbrio ou energia, por exemplo», utilizando produtos que partem, por exemplo, da casca de coco ou do café. «São produtos criados em laboratório sobre os quais fazemos acabamentos com máquinas que já tínhamos», destacou o empresário ao Portugal Têxtil. Além disso, para o diretor da Carvema, a sustentabilidade é «o futuro». «Estamos a usar fibras recicladas, 100% algodão orgânico. Todos os mercados pedem», admitiu.

Precisamente entre sustentabilidade e muitas inovações, o primeiro produto do ano da Ispo Munich foi ganho pela Berg Outdoor no segmento Urban com as botas Sordo, elaboradas com materiais sustentáveis: couro de carvalho, burel e uma sola Apinat.
Balanço positivo
A Ispo Munich fecha hoje as portas, mas a organização faz já um balanço positivo. Ao longo dos quatro dias, passaram pela Messe München cerca de 80 mil visitantes de 120 países, com destaque para Itália, Áustria, França, Suíça, Grã-Bretanha e Rússia. «A Ispo Munich mostrou que há um grande potencial não explorado para as marcas e retalhistas de artigos de desporto. Isso pode alimentar o crescimento e, acima de tudo, energizar a indústria», considera Klaus Dittrich, presidente do conselho de administração e CEO da Messe München.