A autarquia estabeleceu já um acordo com a Tory Burch, na sequência da ação interposta pelo Estado Português, através do Ministério da Cultura, num tribunal da cidade Nova Iorque, para combater a «apropriação abusiva» da camisola poveira por parte da marca de moda, que produziu e chegou a comercializar cópias do artigo.
«A ministra da Cultura endereçou-nos uma proposta de acordo para resolução deste conflito. Dei nota à Câmara Municipal, que concordou com os termos do acordo e decidiu aceitá-lo. Demos conhecimento dessa posição ao ministério da Cultura», explicou, à agência Lusa, Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.
O autarca revelou que, por enquanto, foi pedida «confidencialidade sobre os termos do acordo», considerando que «foi o acordo possível», mas prometendo que, a seu tempo, «todos saberão os contornos do mesmo».
Em causa está uma cópia da peça de vestuário típica da comunidade piscatória local, que foi lançada na coleção da Tory Burch em março último e, inicialmente, promovida como uma peça de inspiração mexicana. O artigo foi colocado à venda na loja online da marca, com o preço de 695 euros, como sendo design próprio e sem fazer qualquer referência ao facto de se tratar de uma peça tradicional da Póvoa de Varzim.
A questão saltou para as redes sociais, tendo mais tarde merecido uma reação por parte da Câmara da Póvoa de Varzim, à qual se associou o Ministério da Cultura, que deu seguimento a uma ação judicial, nos EUA, para a «reparação dos danos para a cultura portuguesa e da Póvoa de Varzim».
Para promover esta arte ancestral, a Patripove – Associação de Defesa e Consolidação do Património Poveiro estabeleceu, este ano, uma parceria com o Modatex com o objetivo de organizar workshops e ações de formação em tricotagem da camisola poveira.