Porém, uma parte fundamental do seu potencial de crescimento assenta, também, na sua expansão europeia, depois da chegada recente a território italiano, elevando o seu total de mercados para nove.
Nos EUA, a Primark assinou contratos para a criação de mais oito lojas que serão inauguradas no início de novembro em centros comerciais de destaque no nordeste do país.
Robert Waldschmidt, analista da Liberum, afirma que o proprietário da Primark, a Associated British Foods, adotou uma abordagem cautelosa na gestão do seu risco nos Estados Unidos, com um investimento de 200 milhões de libras e ofertas de locação que permitem que a retalhista abandone o lançamento rapidamente caso este não seja bem sucedido.
No entanto, Waldschmidt, à semelhança de outros analistas, não espera um fracasso. Ele acredita que os milhares de estudantes em Boston irão ajudar a espalhar a palavra sobre a oferta da Primark e isso é algo que a própria marca encara igualmente como um fator-chave para o seu lançamento na cidade.
Waldschmidt faz ainda questão de salientar que os negócios da Primark na Europa continental são, ainda, jovens e têm um enorme potencial de crescimento. «Acreditamos que os investidores estão excessivamente focados em saber se a entrada nos EUA será bem sucedida e estão a ignorar o facto de que a expansão transcontinental da Primark está apenas a começar», explica.
Paralelamente, em entrevista, o CEO da Primark, Paul Marchant, revelou sentir-se confiante. «Os Estados Unidos, por uma série de razões, são um ajuste natural para a nossa marca. Boston é um grande primeiro passo para nós», justificou.
Em acréscimo ao óbvio atrativo do preço baixo de oferta e tendência elevada da Primark, existe a conexão irlandesa, assim como uma vasta população estudantil, tendo já comprovado o seu sucesso entre os estudantes, e um clima semelhante ao da Europa.
A empresa assumiu o histórico edifício Filene, restaurando muitas características originais, mas também introduzindo características digitais e um toque moderno à sua loja de estreia.
Marchant acredita que as lojas nos Estados Unidos «darão uma boa indicação de como o consumidor americano irá reagir à marca Primark. Queremos ter as oito lojas abertas, superar 2016, e fazer uma avaliação sobre o nosso próximo passo». Um par adicional de lojas nos Estados Unidos poderá ser adicionado à lista em breve, mas a empresa está «em modo de pesquisa absoluto, observando a generalidade do mercado dos EUA para compreendê-lo, tanto quanto for possível».
A sensibilidade à marca nos EUA será um desafio, dado o seu baixo reconhecimento em comparação com a Europa, mas os sinais são bons: «Nós somos o número um em termos de unidades de vestuário, calçado e acessórios combinados em diversos mercados nos quais estamos presentes. Nós somos o número um no Reino Unido, Irlanda, Espanha e Portugal».