O negócio da Tendências & Pormenores foi uma herança familiar, tendo a designer Priscilla Trindade passado a gerir a empresa desde que a sogra se aposentou.
Em 2016, o activewear foi introduzido na linha feminina. Sem deixar de servir o private label, que desde sempre teve o maior peso nas vendas da Tendências & Pormenores, a Priscilla Wear, marca guarda-chuva das linhas Priscilla (senhora e criança) e Cat Man (homem e rapaz), tem vindo a reivindicar espaço na produção e a reclamar a atenção de Priscilla Trindade.
«Acabei praticamente com o private label. Faço para clientes pontuais que são muito bons e que consigo encaixar na produção, mas quero voltar a minha estratégia de 2017 para a minha marca», explica ao Portugal Têxtil.
A integrar os planos que redefinem as prioridades da empresa está a investida online, com a aposta nas melhorias no portal de comércio eletrónico da Priscilla Wear, a abertura de lojas pop-up e a aposta na linha de activewear apresentada na última edição da Momad, em Madrid. «É um activewear com fashion», explica sobre a coleção que apenas tem peças de mulher.
Sobre esta nova aventura, Priscilla Trindade explica ter reconhecido a importância do primado do vestuário ativo. «É uma grande tendência a nível internacional e todas as marcas de fatos de banho estão a ir por aí. Olha-se agora para o activewear como moda e não é só desporto e, a par disso, as pessoas estão a aderir muito mais a hábitos de vida saudável, estamos a mudar mentalidades», acredita.
Presente em seis espaços multimarca em território nacional e numa loja em Sevilha, Espanha, a estratégia de marketing da marca própria da Tendências & Pormenores passa pela presença em feiras internacionais.
«Cerca de 70% das vendas de 2016 foram feitas na Mode City, em Paris», destaca Priscilla Trindade, que nem por isso deixa de destacar os custos elevados destes certames, motivo principal para levar a responsável a dizer que vai passar a ser mais criteriosa na seleção e apostar no contacto direto com os clientes. «Quero mesmo ir ter com eles», sublinha.
Não obstante, das feiras internacionais chegam também os contactos de private label. Apesar do realinhar de estratégia com atenções voltadas para a marca própria, há um grupo de clientes que Priscilla Trindade garante nunca ser capaz de «abandonar», como é o caso da Christian Lacroix. «Tenho pelo menos uns cinco clientes fixos de private label. Trabalho com a Baby Lacroix, por exemplo. Tenho mesmo o padrão deles, a autorização para usá-lo», conta, explicando que parte da coleção primavera-verão 2017 da linha saiu da empresa.
Verdadeira “one woman show”, toda a confeção da empresa é feita a partir de casa, com uma pequena linha de produção e a ajuda de uma costureira. «Tenho nove máquinas, que reúnem toda a cadeia de produção», assegura, referindo um investimento na ordem dos 15 mil euros. «Agora quero comprar uma máquina de bordados, que serão mais 6 mil euros de investimento», adianta.
Para combater a sazonalidade do seu core business, a Priscilla Wear oferece também uma linha de inverno. «Tenho uma pequena coleção de inverno. Como gosto muito de capas e de boinas, fiz uma coleção para umas lojas específicas que vende muito bem», acrescenta Priscilla Trindade sobre a coleção que desembarca por esta altura nos espaços de venda.