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Quais as tendências na produção de vestuário? – Parte 3

Após a primeira e segunda partes, o Portugal Têxtil apresenta agora a conclusãod esta análise.

Um outro campo em que são visíveis as grandes tendências na produção e comercialização de vestuário nos nossos dias são as tecnologias baseadas na Internet, que supostamente virão facilitar os fluxos de comunicação entre os diversos pontos deste processo.

Usando a tecnologia online, os compradores e vendedores podem trocar informações e ao mesmo tempo eliminar os custos com intermediários e recuperar mais rapidamente os seus investimentos.

Como exemplo destas tecnologias, a QRS Web Forms é uma solução baseada na Web que facilita a recepção atempada das ordens de compra, o envio das encomendas e o processamento das facturas e recibos no local certo e de acordo com as especificações dos retalhistas. Esta solução permite assim aos fornecedores utilizar a plataforma da Internet para receber e enviar dados de forma electrónica, ou mesmo praticar comércio electrónico, sob a forma de documentos, processando todos esses dados segundo as normas dos seus parceiros comerciais, afirma Liz Fetter, presidente da QRS Corporation.

Esta flexibilidade tem servido para várias empresas de vestuário de topo para afinas as suas operações globais de compra e fornecimento.

Claro que, ao mesmo tempo, estas fases do processo de selecção e encomenda dos artigos consomem um elevado número de semanas, no âmbito de todo o processo entre fabricantes e retalhistas de vestuário, mas ao mesmo tempo contribuem para a melhoria da qualidade global dos artigos, bem como para a transparência e melhor comunicação entre os diferentes parceiros de negócio.

Como exemplo desta tecnologia a solução da Load Optimisation oferece aos seus clientes uma melhor capacidade de gestão da informação e das encomendas, minimizando igualmente os custos de transporte, e revendo automaticamente as ordens de compra.

Os clientes deste programa incluem nomes como a VF Corp, Sara Lee Hanes Printables, Coach, Columbia Sportswear e Polo Ralph Lauren, entre outros.

Especificamente, a VF Corp adoptou e implementou um sistema de gestão da cadeia de produção que inclui técnicas e mecanismos mais económicos, incluindo a gestão global das suas compras.

Este desafio é ainda maior se considerarmos a mudança das compras da VF Corp para os fornecedores nos países mais baratos e a sua estratégia de aquisição de fábricas (mais de uma dúzia nos últimos 15 anos), que incluiu mais recentemente a North Face.

Dados desta empresa indicam que a VF Corp chega a movimentar 800 milhões de euros em stocks em determinados momentos, com os desafios inerentes ao equilíbrio entre as necessidades dos clientes e o relacionamento com os fabricantes mais distantes.

Outra alteração significativa deu-se com a implementação de um novo sistema na Sara Lee Hanes Printables, um gigante do vestuário que necessitava de melhorar o seu serviço de clientes e optimizar o seu investimento em stocks.

Esta empresa usa o programa Logility Voyager Solutions com um único servidor Windows NT para ligar as áreas de planeamento de operações, cadeia de produção, marketing e vendas à sua sede.

“Com previsões mais fiáveis, a Sara Lee não necessita de muito tempo para gerir os problemas de stocks e pode desta forma concentrar-se nas decisões baseadas nos dados reais dos seu mercados”, afirmam os responsáveis da empresa.

A implementação do referido sistema levou quarto a seis meses e a Sara Lee calcula que o mesmo lhe trouxe ganhos na produção que chegam até 98%, bem como um planeamento mais eficaz da produção – na ordem dos 25% – e uma gestão mais rentável dos níveis de stocks.

Cada vez mais os gestores das diversas lojas informam os responsáveis pelo design das peças daquilo que o cliente pretende, em vez de esperar que os analistas nas sedes das marcas e retalhistas de vestuário lhes transmitam as grandes tendências de moda e respectivas previsões de vendas.

Este feedback é então consolidado e reenviado para os fornecedores de vestuário, fazendo destes mais do que meros produtores subcontratados, e muitas vezes verdadeiros especialistas de mercado.