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Qualidade e inovação

Com mais de 60 anos, o Grupo Manuel F. Monteiro, detentor da marca Helvetica, começou por representar marcas de carteiras e acessórios de viagem, passou pelas mais conhecidas marcas de óptica e pelo vestuário. Depois de vários anos de actividade, a Manuel F. Monteiro decidiu apostar na marca própria e criou a Helvetica. Uma marca dirigida ao homem bem sucedido, com poder de compra e amante de qualidade de vida, como explica ao JT Antón Salgado, director de negócio.

Jornal Têxtil – Breve resumo da história da Manuel F. Monteiro…

Antón Salgado – Nascido em 1943, o Grupo Manuel F. Monteiro, detentor da marca Helvetica, começou com a actividade comercial de Manuel David Ferreira Monteiro, que se tornou no dono de um pequeno escritório na Baixa de Lisboa. Inicialmente a empresa representava alguns produtores de carteiras, malas de viagem e acessórios do Norte de Portugal, tendo aberto a primeira loja em 1955 e que ainda hoje existe. Sendo uma empresa familiar, Manuel Monteiro contou mais tarde com a ajuda de seu filho, Jorge Monteiro, e nos anos 70 a empresa conseguiu a distribuição exclusiva para Portugal da Delsey, actualmente a marca número um europeia de artigos de viagem. Em 1974 a empresa decidiu diversificar, abrindo a primeira loja de vestuário para homem, sendo que, até finais da década mais três lojas foram abertas para homem e mais duas de tecidos para decoração e têxteis-lar.

Até finais de 1980 e seguindo uma estratégia interna desenvolvendo produtos desportivos, o grupo conseguiu a distribuição exclusiva da Puma, abrindo a primeira loja desta marca em 1997 no Centro Comercial Colombo. Entretanto, decide dedicar-se também às marcas ópticas, começando por ser o único distribuidor em Portugal do grupo Carrera, e mais tarde representou também a Hugo Boss assim como outras marcas do grupo japonês Charmante mais tarde de marcas como a Calvin Klein, a alemã Eschenbach, Nautica, Donna Karan e DKNY, Nike, Fendi, Michael Kors, Michael, Rochas, etc…

Em 1986 ao conseguir a distribuição para Portugal da Lacoste, e ainda nesse mesmo ano, a empresa conseguiu a distribuição da Morgan, uma marca inglesa de carros destinada a clientes muito selectivos, e desde 1991 a Caterham, outra marca inglesa de carros, junta-se também à Manuel F. Monteiro. Mais tarde as marcas S.T. Dupont e Chopard juntam-se ao departamento óptico e a Brooksfield, outra prestigiada marca italiana de vestuário de homem e senhora junta-se também ao grupo. A cooperação com esta última marca terminou em 2003.

Em 1993 começa a cooperação com a marca italiana de acessórios de viagem Biasia Francesco.

Desde Agosto de 1997 que o grupo representa em Portugal a marca de vestuário feminino Oasis, tendo aberto uma loja exclusiva no centro comercial Colombo. Desde 2002 a muito conhecida marca Umbro juntou-se também ao grupo. Durante todos estes anos o grupo criou várias empresas que negoceiam directamente e separadamente com cada marca.

JT – Quando e como surge a marca Helvetica?

AS – A Helvetica surge como a primeira experiência de criação e desenvolvimento completo de uma marca de vestuário pela Manuel F. Monteiro. É um conceito internacional criado e desenvolvido recentemente em Portugal, numa tentativa de diversificar. A Helvetica surge como um conceito inovador, inspirado na qualidade e rigor suíço.

JT – O que produzem e para que segmento?

AS – Produzimos roupa e acessórios para homem, dirigindo-nos a um segmento entre os 25 e os 45 anos.

JT – Qual o perfil do consumidor Helvetica e qual o conceito da marca?

AS – O consumidor Helvetica é uma pessoa com interesses desportivos, nomeadamente o desporto automóvel, e que procura uma roupa clássica, mas com um elemento diferenciador. Um homem que acredita na qualidade como uma ferramenta base para o seu sucesso pessoal, preocupado com o nível tecnológico das peças que usa.

A Helvetica escolhe o melhor design, fabrico e materiais e imprime qualidade em cada pequeno pormenor, procurando assim dar ao seu consumidor uma mais valia realmente diferenciadora – em duas palavras: um luxo acessível. Uma óptima relação entre uma excelente qualidade e um preço extremamente competitivo.

JT – Como define as vossas colecções?

AS – São colecções desportivas e actuais – clássicas mas com um toque de modernidade criando jogos de cores e pormenores originais, alcançando assim a diferença….

JT – A marca própria, é imprescindível para o futuro da têxtil em Portugal? Acha que há mais opções estratégicas?

AS – Na segunda metade da década dos 90 o crescimento e a qualidade dos principais Centros Comerciais em Portugal provocaram uma alteração importante nos costumes dos consumidores. Ainda que as melhores lojas multimarcas mantêm aos seus clientes fidelizados , sem dúvida os centros comerciais tornaram-se em lojas multimarca gigantes, donde é vital ser diferente, ter um nome, um conceito impactante. Sim, a marca própria é uma factor-chave.

JT – A nível de distribuição, a aposta da Helvetica passa por lojas próprias, franchisings?

AS – Ambas hipóteses entram nos nossos planos de expansão.

JT – Quantas lojas próprias, e outras, possuem?

AS – São 4 as lojas próprias e um corner dentro de uma loja multimarca do Grupo M.F.M.

JT – A nível de internacionalização, que projectos possuem?

AS – De momento os pontos de venda Helvetica estão todos em Portugal, estando previsto numa fase posterior exportar o conceito a algumas grandes capitais da Europa Ocidental.

JT – Qual o volume de negócios do ano passado?

AS – O volume de negócio das duas primeiras unidades foi de aproximadamente 500.000€ , que se referem à abertura das lojas no fim de Setembro de 2004.

JT – Subcontratam ou produzem na totalidade? Se subcontratam, quais os principais países e percentagem?

AS – Subcontratamos e controlamos directamente a produção que é feita actualmente na sua totalidade em Portugal.

JT – Quais os principais concorrentes da Helvetica?

AS – As melhores cadeias retalhistas nacionais e internacionais a operar em Portugal. O sucesso da marca passa por encontrar, dentro do mercado do vestuário masculino de gama média-alta, os elementos diferenciadores que permitam fidelizar e cativar mais e melhores clientes: serviço, estilo actual, óptima relação qualidade-preço.

JT – A Helvetica aposta muito em comunicação, qual a vossa estratégia de comunicação? E qual a importância desta, na consolidação da marca?

AS – A estratégia de comunicação após a campanha de lançamento da marca (Outono 2004) passa por fidelizar clientes; apostar muito no marketing directo bem como associação a empresas e/ou marcas como o ACP, Porsche, Swiss e Toblerone; tal como a associação a eventos ligados aos automóveis….

JT – Estratégia e projectos para o futuro?

AS – Consolidar a marca e o projecto Helvetica nas lojas próprias, para além de procurar o crescimento da marca através dos melhores distribuidores exclusivos da marca (em lojas multimarca seleccionadas), estando em estudo criar o conceito de Helvetica em regime de franchising.