A crise provocada pela pandemia do Covid-19 continua na ordem do dia. Segundo os CEO’s das principais empresas nacionais, a quebra no volume de negócios pode chegar aos 50% no prazo de três meses e uma quebra de 25% no prazo de 12 meses.
As conclusões são de um inquérito da autoria da Deloitte, junto da comunidade de 31 CE0’S das principais empresas portuguesas, e que visa estimar o impacto do Covid-19.
A consultora diz que mais de 55% dos inquiridos preveem que os impactos da pandemia se façam sentir nos próximos três meses, particularmente no volume de negócios, de forma muito negativa. Para 58% dos inquiridos, a quebra no volume de negócios da sua empresa pode chegar até aos 50% no prazo de três meses, enquanto que 68% admitem que, a 12 meses, a quebra pode ser de 25%.
39% dos empresários afirmam que podem suportar um lockdown por um período de três a seis meses, mas 26% referem que apenas resistem por um período inferior a dois meses.
Para a grande maioria das empresas nacionais (84%), a diminuição da procura de bens e serviços será uma realidade, já 71% dos inquiridos reconhecem o adiamento ou a suspensão de projetos de investimento.
As medidas anunciadas pelo Governo português foram também alvo de inquérito e, neste caso, as opiniões divergem. Para 42% dos inquiridos, as medidas recebem uma classificação de 4, numa escala de 1 a 5, enquanto que 32% atribuem uma classificação de 2 às referidas medidas.
O recurso ao regime do lay-off é uma das formas encontradas para ajudar a mitigar os efeitos da pandemia, com 49% dos inquiridos a confessarem recorrer a esta medida.
No que se refere à forma como as empresas estão a lidar com a crise, 52% colocaram mais de metade dos seus colaboradores em regime de teletrabalho, havendo mesmo 29% que instalaram mais de 80% dos colaboradores neste regime. Por sua vez, 13% admitem encerrar temporariamente a sua atividade.
Para o futuro, a maioria das empresas inquiridas considera que a ação do Estado/Governo deve centrar-se na implementação de medidas de política laboral (74%), entre as quais lay-off e flexibilização da legislação laboral, e medidas de política fiscal (71%). Neste último caso, o destaque vai para o congelamento de pagamento de impostos, a redução da taxa de IRC e a flexibilização nas deduções aplicáveis a este imposto.
A comunicação com parceiros e clientes, adaptação dos colaboradores a novos métodos de trabalho e a implementação de medidas de redução de custos são outras das preocupações que assolam os líderes das maiores empresas portuguesas.