Criada oficialmente em 2017 como empresa independente e focada no serviço, no seu sentido mais amplo e profundo, ao cliente (ver RDD: nascer com ambição), a RDD – sigla de Research Design Development – está empenhada em marcar a diferença também além-fronteiras e, por isso, decidiu reforçar a presença nos certames internacionais do Velho Continente com a estreia na Milano Unica, que abriu ontem portas e se prolonga até amanhã, e na Première Vision Paris, que decorrerá de 19 a 21 de setembro, para dar a conhecer as suas propostas de malhas para o outono-inverno 2019/2020. A empresa marca já presença na Munich Fabric Start desde setembro 2017.
A nova coleção foi ontem desvendada em Milão e viajará depois para Munique, antes de culminar com a sua apresentação na Cidade-Luz. «Paris é global, temos lá clientes de todos os mercados. Para já não queremos dar o salto para fora da Europa. Queremos apostar em poucos mercados e consolidá-los, para ser um crescimento sustentado», explica a diretora-geral da RDD, Elsa Parente, ao Portugal Têxtil.
Para a estação fria do próximo ano, a RDD concebeu uma coleção, a terceira, que mantém os valores de sustentabilidade e economia circular, que são os pilares da sua fundação, mas onde pontuam novas composições. «Temos qualidades muito finas que tocam quase o luxuoso no sentido tátil dos materiais, com misturas com seda, caxemira e lã mercerizada, por exemplo. Trata-se de uma série de fibras e de misturas nobres para o mercado Premium», revela Dolores Gouveia, diretora de marketing e desenvolvimento de produto na RDD, ao Portugal Têxtil. A textura, «desde toques extremamente deslizantes e qualidades muito fluídas mas densas», é um dos pontos-chave da coleção que, à semelhança do conceito intrínseco ao seu desenvolvimento de produto, está dividida em duas linhas: “Essentials”, composta por malhas essenciais mas pautadas por mais-valias, e “Contemporary Fashion”, caracterizada pelos temas de moda mais relevantes para a estação.
«Uma das coisas que sublinhamos em termos de afirmação é “co-creating the future”. Esta coleção chama-se “co-creating the future” e é uma história em consonância com a imagem [da empresa e do novo website]. O futuro é realmente ter produtos que são sensoriais para o consumidor contemporâneo, que se preocupa com questões éticas e com a sustentabilidade dos materiais», destaca Dolores Gouveia.
É sob o chapéu da cocriação e economia circular que a RDD, onde trabalha uma equipa multidisciplinar de 22 pessoas, tem trilhado o seu percurso. «Somos parceiros dos nossos clientes. Para nós, o mais importante é conseguir antecipar aquilo que eles, e o mercado em geral, desejam», afirma a diretora de marketing. «Naturalmente as questões da ética e da economia circular também são princípios da empresa. É transversal a tudo aquilo que fazemos», realça.
A RDD, de resto, é a responsável pela gestão do projeto Valerius 360, anunciado no final de 2017 (ver Valérius procura futuro verde). «O objetivo deste projeto é fecharmos o ciclo. Ou seja, é pegar no desperdício, nas peças não vendidas, e voltarmos a transformá-lo [em novas peças]», adianta Elsa Parente.
A esta vertente “verde” soma-se o cuidado em inovar e aportar valor às malhas que chegam ao mercado, essencialmente para marcas de gama média-alta. «De alguma forma temos de fazer algo que seja subtil mas que também diferenciador. O especial pode ser muita coisa diferente, pode ser algo que está escondido, pode ser na composição, pode ser quando tocamos ou pode ser visual. Procuramos dar sempre às nossas malhas alguma coisa especial», garante Dolores Gouveia.

Atualmente, a RDD contabiliza 30 clientes ativos em países como Portugal (com uma quota de 60%) mas também Suécia, Dinamarca, Alemanha, França, Itália e Espanha. Mas a meta da empresa, que deverá terminar o ano com um volume de negócios de 2 milhões de euros, é promover o crescimento alicerçado mercado externo. «O nosso objetivo é que a relação se inverta, ou seja, que os 60% representem vendas para fora», admite Elsa Parente. Em termos internos, «este ano iremos reforçar a equipa comercial, a parte de produção e a parte logística. Representará cerca de mais cinco colaboradores», acrescenta. É, aliás, a equipa que a diretora-geral destaca neste percurso de um ano da RDD. «Conseguimos combinar o know-how de pessoas com muita experiência e pessoas mais jovens que estão agora a surgir e que nos ajudam e trazem novas ideias. O resultado até agora tem sido surpreendente. Isso é o melhor que retiramos daqui», conclui.