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Revolução na moda jovem – Parte 2

Embora os hábitos de consumo de moda dos jovens no Reino Unido estejam a registar uma acentuada mudança (ver Revolução na moda jovem – Parte 1), as compras continuam a ser uma atividade social importante para esta faixa etária e existem mais jovens a integrar, no seu dia-a-dia, as compras de moda através de meios digitais. De acordo com o estudo realizado pela Mintel, três em cada 10 jovens realizaram compras on-line em dispositivos móveis e 24% confirmam que estão a comprar mais roupas on-line do que em loja, relativamente a 12 meses atrás. Quando questionados sobre o que gostariam de experimentar enquanto compram on-line, um em cada cinco jovens referiu vídeos de modelos com as roupas, o que nem sempre é uma função disponível em websites que oferecem moda para este segmento. «Parece óbvio, mas muitos retalhistas não o fazem. Alguns têm websites que ainda são muito básicos», afirma Tamara Sender analista de moda sénior na Mintel. Um em cada oito clientes do sexo feminino nesta faixa etária também gostaria de escolher roupas usadas pelos modelos no website. Além disso, a partilha de imagens é popular e uma em cada seis mulheres jovens utiliza esta função de ligação com os amigos via média sociais como o Facebook ou o Pinterest. E ainda existe mais potencial para o retalho de moda jovem explorar os dispositivos móveis, sustenta Sender. «Um em cada sete gosta de procurar roupas num smartphone enquanto compra, por isso os negócios baseados na localização funcionam bem», explica, salientando também a importância de ter um website que permita aos jovens olhar a roupa no modo off-line, quando não conseguem obter um sinal 3G. Os jovens do género masculino têm, em geral, continuado com os seus gastos de moda, com apenas um quarto dos entrevistados a apertar os orçamentos, em comparação com dois quintos no género feminino. No entanto, eles alteraram os seus hábitos de consumo, afastando-se das marcas de moda e optando por marcas mais baratas. Esta é uma área de oportunidade para os retalhistas de moda jovem que têm uma oferta de moda masculina, particularmente porque a pesquisa da Mintel mostra que um em cada sete neste grupo cortou nas roupas de marca em favor de marcas “brancas”. A Topman é a única marca de moda masculina a responder a este mercado, o que significa que há potencial para mais intervenientes, sugere Sender. «Há aqui uma lacuna no mercado, muitos retalhistas unissexo, como River Island, Asos e H&M poderiam concentrar-se mais na moda masculina. A H&M tem realmente reforçado a gama David Beckham, poderia avançar para lojas de moda masculina autónomas, na medida em que apenas existe a Topman nessa faixa etária». Os retalhistas de moda que compreendem as pressões financeiras que os jovens enfrentam vão continuar a registar o melhor desempenho neste mercado, assegura Sender. Iniciativas como os preços reduzidos da Asos e os seus planos para lançar uma gama de valor chamada Style Steal, são exemplos do tipo de inovação que joga bem com este mercado. A adição de serviços de beleza no interior da loja para melhorar a experiência de retalho e persuadir os clientes a permanecerem mais tempo já não é uma estratégia popular para esta faixa etária. Por exemplo, os “nail bars” da New Look foram introduzidos em agosto de 2013 e a Topshop já oferece serviços de beleza nas suas lojas. A atual combinação de música e moda, como a ligação da River Island com Rihanna, também traz bons resultados. A Oasis escolheu trabalhar com Mollie King, dos The Saturdays, e a coleção Meadham Kirchhoff da Topshop é inspirada pela criação de roupas para a banda feminina fictícia The Cherrys. Em última análise, os retalhistas que atendem a esta faixa etária precisam de compreender que este é um grupo demográfico em queda e a proporção de jovens entre os 15 e os 24 anos está prevista diminuir mais de 6% nos próximos cinco anos. A Mintel estima que, no futuro, os consumidores entre os 25 e os 34 anos tornem-se o segmento mais influente de compradores de moda e calçado no mundo, de modo que ao longo dos próximos cinco anos poderá compensar, aos retalhistas de moda jovem, alargarem a oferta a uma faixa etária mais abrangente.