A coleção Portuguese Jewellery Serralves Special Edition – disponível para compra na Loja de Serralves até fevereiro de 2018 e em pontos de venda selecionados em todo o país – bebeu inspiração nos traços, texturas e padrões encontrados no Museu e na Casa de Serralves, respeitando a linha estética de cada uma das marcas que participou no projeto – Alcino, Bruno da Rocha, Eleuterio, Liliana Guerreiro, Luísa Rosas e Monseo.
«Esta iniciativa é, acima de tudo, uma mostra da nova estética da joalharia portuguesa contemporânea e da forma como esta tem evoluído sem perder a autenticidade da tradição e das técnicas artesanais que a distinguem em todo o mundo», sublinhou Ana Freitas, presidente da Aorp.

Desde 1925 fiel à nobre arte da filigrana, a Eleuterio sabe do que se fala quando o assunto é respeitar as técnicas artesanais.
A marca que tem vindo a apostar na internacionalização – presente em vários mercados europeus, nos EUA e Japão – deixou-se inspirar pelo portão da Casa de Serralves, mais precisamente no leque egípcio que faz parte do portão criado por Edgar Brandt para a Exposição Universal de Artes Decorativas em Paris, em 1925. «Precisamente o ano da fundação da Eleuterio», evidenciou Fernanda Lamelas, visual art director da marca e responsável por esta coleção, em declarações ao Portugal Têxtil. A coleção de ouro inclui um fio com diferentes utilizações, respeitando «a versatilidade que hoje em dia tanto apreciamos», como destacou Fernanda Lamelas.

Para a Alcino, uma das mais históricas oficinas de prata em Portugal, o ponto de partida foi o Parque de Serralves, que motivou um conjunto de duas peças – duas taças que têm como base um tronco de madeira natural.
Bruno da Rocha, confesso «apaixonado pela arquitetura», deixou-se conduzir pela janela do Museu, um dos elementos da arquitetura do edifício que desambiguou numa coleção de estética minimalista.
A designer Liliana Guerreiro apresentou “Émile”, uma coleção de cinco peças – entre elas um anel ajustável – que partiu da observação da delicadeza e geometria dos pormenores das caixilharias de Serralves.
«Andei quase um mês a fazer outras coisas, mas voltei à primeira ideia», contou, ressalvando que esta é uma série limitada de 25 exemplares de cada peça.
Luísa Rosas sempre se esforça para que as peças que cria sejam «objetos orgânicos, com movimento, que ganham vida em contacto com o corpo».
Neste desafio, a designer decidiu começar pelo desenho de um puxador de porta que estabelece a ligação entre a Casa de Serralves e o Jardim e acabou numa coleção que inclui brincos e fio que se complementam.

Já na 3.ª geração, a Monseo olhou para dentro da Casa de Serralves. Diana Vieira da Silva, diretora criativa da marca, explicou que «entre os elementos decorativos, a consola da sala de jantar foi o elemento escolhido» para a criação desta coleção de edição limitada.
Sobre o impacto da iniciativa inédita, Sílvia Silva, responsável de comunicação e imagem da Aorp, sublinhou que «se trata de valorizar o sector e as capacidades que o sector tem porque, por vezes, chegar ao público final é mais complicado».