São 34 as empresas lusas de calçado que estão em Milão a apresentar as novidades do sector até terça-feira, na expetativa de poderem correr atrás do prejuízo deste último ano e meio, consequência da pandemia de covid-19.
Afetada com quebras de 50%, a Cool Gray está «bastante otimista», nas palavras do seu administrador Pedro Alves, e prevê recuperar os 5,5 milhões de euros de volume de negócios até 2022.
Há precisamente um ano, a empresa Carité aventurou-se a apresentar, pela primeira vez na feira, a Tentoes. Mas devido à pouca afluência de compradores, a marca de sapatos biodegradáveis acabou por regressar a Portugal sem contactos. Com um posicionamento “made in Nature”, a marca espera agora que a aceitação no mercado seja grande porque «cada vez mais se fala na sustentabilidade e este novo produto foi pensado com uma grande preocupação ambiental», explicou Pedro Lopes, diretor comercial da Tentoes.
Estreante e otimista mostra-se também a marca de bolsas My Cute Pooch, que encerrou o primeiro dia de feira com um balanço positivo. «Estamos a ter bastantes visitas ao nosso stand e conseguimos estabelecer negócios com duas lojas de Milão», adiantou Mara Ferreira, fundadora da marca.
À semelhança do anúncio realizado na Munich Fabrics Start, João Correia Neves assumiu que não vai descalçar o sector e prometeu «apoios de investimentos aos meios de produção e à promoção internacional».
Exportações crescem mais de 12% na primeira metade do ano
O presidente da APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos considera este regresso à Micam como uma «lufada de ar fresco para as empresas». Luís Onofre assevera que o primeiro semestre do ano foi «bastante positivo para o sector, com um aumento de 12% nas exportações do calçado comparativamente ao período homologo, atingindo os 800 milhões de euros».
Com boas perspetivas para o futuro, o presidente da APICCAPS aponta para uma plena recuperação a nível mundial em 2023.
No espaço comunitário, destaque ainda para os bons desempenhos dos Países Baixos (mais 12,3%, para 111 milhões de euros) e de Espanha (mais 2,9%, para 52 milhões de euros). Também no Reino Unido há bons indicadores a reportar (mais 14,1%, para 41 milhões de euros).
Fora do espaço europeu, os EUA (mais 10%, para 33 milhões de euros), a China (mais 32,8%, para 9,6 milhões de euros) e o Canadá (mais 41,2%, para 9,5 milhões de euros) são os mercados que se destacam.