O segmento de sportswear vive atualmente os seus dias de glória, beneficiando da necessidade de conforto numa altura em que as pessoas passam mais tempo em casa e fazem mais desporto desde que surgiu o covid-19, refere um artigo do Just Style.
A pandemia forçou uma mudança no estilo de vida que levou as pessoas a passarem muito mais tempo em casa e a darem prioridade ao conforto e bem-estar. Mas apesar da transição que vivemos atualmente para «o novo normal», os consumidores não parecem dispostos a abandonar as calças de fato de treino e as leggings em favor de opções mais formais, segundo os dados da empresa de consultoria e estudos de mercado GlobalData, que afirma que a forma como as pessoas se vestem mesmo no escritório é agora mais relaxada, retendo elementos do vestuário formal, como camisas e calças, mas incorporando artigos casuais e mais confortáveis como ténis.
Entre 2015 e 2019, a quota do sportswear no mercado total de vestuário aumentou 3%, para 21,8%. E em 2020, o ano em que o retalho fechou em todo o mundo para travar o avanço do novo coronavírus, as vendas de vestuário caíram 19%, mas as de sportswear desceram apenas 7%.
Num estudo com 23 mil consumidores em 29 mercado realizado em janeiro, a GlobalData concluiu que os consumidores estão a usar sportswear «duas vezes por semana», o que demostra a sua prevalência no guarda-roupa.
O conforto é o fator mais importante entre os consumidores no que diz respeito a sportswear e tem de servir igualmente como athleisure, com tecidos aconchegantes e modelos flexíveis para poder ser usado do ginásio para casa.
A tendência crescente do sportswear/athleisure é algo em que as marcas e retalhistas estão rapidamente a embarcar, com nomes como a Marks&Spencer, Asos, Primark e Boohoo a lançarem gamas de sportswear e, muitas vezes, a serem capazes de oferecer preços mais baixos e modelos de acordo com as tendências em comparação com as marcas dedicadas ao desporto.
Tendências em curso
O artigo do Just Style enumera algumas as tendências que estão em curso, a começar pelo facto da casualização do guarda-roupa ter vindo para ficar. Calças de fato de treino, camisolas com capuz e leggings tornaram-se peças essenciais durante a pandemia, mas mesmo agora, numa altura em que a socialização está de volta, os consumidores ficaram acostumados ao conforto que o sportswear traz e, por isso, este tipo de peças continua a ser uma opção obrigatória para muitos.
O canal direto ao consumidor deve igualmente ser uma opção a considerar para as marcas, permitindo-lhes um maior controlo sobre os custos e a estratégia, como têm feito a Lululemon e, mais recentemente, a Nike. As apps são igualmente uma ferramenta importante para as marcas se envolverem com os consumidores e aumentarem a fidelização, desde as que servem apenas como clubes de corrida às que monitorizam a atividade física.
Por último, a sustentabilidade é obrigatória, agora e no futuro, prosseguindo o trabalho já realizado pela pioneira Patagonia, que encoraja as pessoas a não comprarem novo e a reparar os seus produtos, como tem publicitado no seu website.