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Tecidos portugueses no Japão

A Têxtil de Serzedelo/Texser, Albano Morgado, Burel Factory, Gierlings Velpor, Lemar, Somelos Tecidos, Riopele e Tintex são as empresas que estarão presentes com o apoio da Associação Selectiva Moda nesta edição da Jitac, que decorre até 13 de novembro. Entre elas, a Albano Morgado é a única estreante, mas parte para o Japão com as expectativas em alta.

«É uma nova aposta, em termos de prosseguir aquilo que tem sido o nosso objetivo de aumentar as exportações. É uma tentativa de conquistar um novo mercado», revela o administrador, Albano Morgado. A empresa vai mostrar a coleção completa de inverno, onde se destacam as caxemiras e a linha Ecolife, de tecidos ecológicos – duas novidades que deverão agradar aos exigentes clientes japoneses. «Já temos a noção e a experiência de que não é “chegar, ver e vencer”. É um processo longo, que provavelmente vai durar algum tempo e algumas estações a poder ser consolidado», acrescenta.

«O Japão é um mercado que se constrói», sustenta Isabel Costa, CEO da Burel Factory, que, além da Jitac, também expõe habitualmente na Interior Lifestyle Tokyo. «Vamos vendo aquilo que eles gostam mais e vamos apresentando coisas ao gosto deles», refere. Nesta edição, a empresa especialista em tecidos de burel vai, por isso, apresentar novos padrões, designs e cores, que irá apresentar não só em amostras mas também em acessórios de moda.

A demora a penetrar no mercado é confirmada pela Lemar, que contudo tem vindo a consolidar, de ano para ano, a sua posição. «É um mercado extremamente lento mas com um grande potencial. O cliente japonês tem que conhecer muito bem o seu fornecedor para comprar», explica a CEO Manuela Araújo. Os tecidos de riscas, tanto para o outono-inverno 2015/2016 como a preview em tecidos de banho para a primavera-verão 2016, estarão em destaque no stand da empresa portuguesa, que pretende reforçar as suas vendas. «Posso dizer que, após seis presenças neste certame, começamos agora a colher alguns frutos, a fazer alguns negócios.

Apesar de este ser um mercado exigente, estou bastante satisfeita», destaca. Também para a Riopele, que nesta edição vai introduzir no mercado o seu novo acabamento Çeramica Clean, o mercado tem evoluído. «Sentimos que tem vindo a melhorar. Está mais dinâmico que no ano passado, com mais encomendas por parte dos clientes tradicionais, junto dos quais conseguimos aumentar as vendas», indica António Soares, gestor de mercado da empresa.

E na Têxtil de Serzedelo/Texser, depois de várias edições neste certame profissional, o cenário é semelhante. «Sabemos que é mercado muito específico, onde é preciso ser-se persistente e paciente até se conseguir conquistar a confiança do cliente», aponta José Ferreira, diretor de exportação da empresa, que leva nesta edição novas gamas de tecidos com misturas de algodão/lã, com fios egípcios e com toque flanela. Por isso mesmo, garante Pedro Lima, diretor de vendas da Gierlings Velpor, que vende sobretudo artigos de senhora no Japão, nomeadamente produtos de pelo com imitação de animais, «esta é uma feira que queremos manter, sobretudo na edição outono/inverno».

Quanto aos gostos do mercado, na Somelos Tecidos os artigos com mais procura são os mais desportivos. «O look japonês é mais vintage, mais lifestyle», revela o administrador Tiago Guimarães, que enumera contudo algumas dificuldades com que os portugueses se debatem no Japão, nomeadamente «a barreira da língua», uma vez que «a maior parte dos japoneses nem inglês fala» e a «grande concorrência» no mercado. «Contudo, é um mercado que nos tem permitido crescer», assume.

A oferta portuguesa na Jitac complementa-se com as malhas da Tintex, cuja coleção eclética inclui Tencel com misturas de lã e termocoladas, malhas duplas e, em termos de design, malhas com brilhos iridescentes, estampados digitais, tridimensionais, aromas e toque papel. Segundo os dados do INE, entre janeiro e agosto de 2014, as exportações portuguesas de tecidos para o Japão aumentaram 16,94% face ao mesmo período de 2013, para mais de 750,5 mil euros, com os tecidos de algodão a serem os bestsellers com vendas na ordem dos 325 mil euros.