Ultrapassando os 1.000 expositores nesta edição de janeiro, o Munich Order Center revela-se pequeno para os muitos candidatos que esperam por um cartão de entrada, inclusive portugueses, que conquistam cada vez mais espaço na feira já incontornável para o negócio, nomeadamente com a Europa Central. «Comecei a trabalhar para a organização da Munich Fabric Start há cinco anos com um terço do número de expositores. Às 10 empresas portuguesas presentes em 2012 juntaram-se, entretanto, mais 20, o que demostra o crescente interesse no certame», revela Tânia Mutert Barros, representante da feira de Munique em Portugal.

Para a Texser, presença habitual no salão de tecidos de Munique, o grau de exigência está a subir. «Comparativamente às anteriores, esta edição foi mais exigente. Notámos em conversa com os visitantes e atuais clientes que a oferta é tão grande que o comprador está muito indeciso», afirma José António Ferreira, gestor de mercado externo, ao Jornal Têxtil. Revendo a lista de contactos, João Carvalho, CEO da Fitecom, faz um balanço positivo da participação. «Surpreendeu-me um pouco porque tive sempre clientes e clientes de peso. É uma feira que está a crescer muito», reconhece.
O Keyhouse manteve a sua dinâmica como plataforma de moda, inovação e tecnologia. Pela quarta vez, o espaço acolheu a apresentação do Hightex Award, o prémio de inovação da Munich Fabric Start lançado em setembro de 2016. Nesta edição, o pódio foi ocupado em primeiro lugar pela paquistanesa Soorty – que desenvolveu um denim segundo o conceito de “sustentabilidade vertical” em termos de fibra, tingimento e acabamento, com sistema de isolamento Primaloft, repelente à agua –, em segundo pela australiana Vivify Textiles – que concebeu um tecido 100% poliéster reciclado «amigo do ambiente e perfeito para designers que são contra a crueldade animal» – e, em terceiro lugar, pela Tintex – com uma malha à base de matérias-primas recicladas. «Esta feira e este concurso Hightex Award têm já um impacto muito positivo no nosso negócio», admite Ricardo Silva, administrador da Tintex.

De resto, as malhas portuguesas tem conhecido grande sucesso neste iniciativa: Tintex e Vilartex foram já premiadas nas edições anteriores e desta vez, para além da vencedora do terceiro prémio, a Tintex tinha mais uma malha – uma proposta com propriedades funcionais, à base de liocel, elastano e poliéster reciclado – entre a finalistas e a Trimalhas duas – uma malha com propriedades de fosforescência, respirabilidade e absorção do suor (Matos 101) e outra, uma estrutura piquê que funde a estática de moda com a alta performance do desporto (Saraiva 101). «Fomos muito procurados por que as pessoas já conheciam a nossa coleção através das 17 amostras selecionadas para os fóruns da feira e das duas do Hightex Award na Keyhouse», explica Patrícia Magalhães, responsável pela expansão internacional da Trimalhas. «Vinham ao stand exibindo fotografias das amostras», acrescenta.
Do lado dos visitantes, a edição de janeiro trouxe um aumento de profissionais estrangeiros, conferindo um crescente carácter internacional à Munich Fabric Start. «O nosso objetivo é desenvolver o nosso papel como feira comercial inovadora, intensificar o compromisso, apoiar os parceiros em tarefas cada vez mais exigentes e complexas, fornecer inputs e fomentar colaborações», resume Wolfgang Klinder, diretor da Munich Fabric Start, no balanço da 44.ª edição do salão. Na próxima edição, agendada de 4 a 6 de setembro, a Munich Fabric Start acolherá, na mesma localização, a 2.ª edição da Munich Apparel Source, a feira anual consagrada ao vestuário em private label.