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tica à flor da pele

Um inquérito realizado pela RSPCA, o grupo britânico de defesa dos direitos dos animais, constatou que dois retalhistas de vestuário venderam artigos de pele sem etiqueta ou com etiquetas erradas. O grupo refere ter encontrado um casaco com uma aplicação em pele na TK Maxx, apesar da sua política de não utilização de peles, e um par de luvas com aplicações em pele no The Edinburgh Woollen Mill, as quais foram etiquetadas como sendo acrílico. Na sequência dos resultados desta investigação, a RSPCA lançou uma nova campanha contra a utilização de peles no vestuário. No âmbito desta iniciativa, designada por “100% Fake”, a organização apela aos retalhistas para não venderem peles reais e para efectuarem um controlo mais rigoroso sobre os produtos que vendem. De acordo com a organização, a utilização de peles verdadeiras na indústria de vestuário é responsável pela morte de 55 milhões de animais por ano. As peças de vestuário foram adquiridas por um comprador da RSPCA não identificado, sendo de seguida sujeitas a análises laboratoriais. No caso do casaco vendido pela TK Maxx, a pele encontrada era de raposa do árctico, enquanto que no caso das luvas vendidas pelo The Edinburgh Woollen Mill, foi detectada a presença de pele de coelho. Como resultado desta investigação, a rede TK Maxx, detida pela norte-americana TJX Companies, reafirmou o seu compromisso na aplicação de processos rigorosos de controlo para evitar a entrada de peles naturais no mercado, enquanto que o The Edinburgh Woollen Mill assumiu o compromisso de suspender a venda de produtos com pele até à Primavera de 2008. Actualmente, não existe uma exigência legal clara para os retalhistas identificarem nas etiquetas a presença de peles nos produtos, partindo do princípio que qualquer etiqueta utilizada não seja enganosa. No entanto, David Bowles, responsável da RSPCA pelos assuntos externos, refere que muitas lojas no Reino Unido pensam que estão a comprar peles falsas devido a etiquetas pouco claras. Segundo um inquérito desenvolvido por este grupo britânico, 93 por cento dos consumidores no Reino Unido não usariam peles verdadeiras, mas muitos consumidores adquirem estes artigos por engano, assumindo tratar-se de imitações devido ao facto de serem baratos ou não se encontrarem devidamente identificados. No final de Novembro, foi aprovada uma proibição à escala da União Europeia sobre a produção, comercialização, importação e exportação de produtos que contenham peles de gato e cão, com efeito a partir do dia 31 de Dezembro de 2008. As propostas neste sentido foram anunciadas há cerca de um ano, após ser apresentada evidência à Comissão Europeia (CE) de que peles de gato e cão estavam a ser colocadas no mercado europeu, geralmente não declaradas como tal ou disfarçadas como sintéticos e outros tipos de peles. A grande maioria deste tipo de peles é importada de países terceiros, nomeadamente da China, onde é praticada a criação destes animais para esta finalidade. A CE refere que a pele foi encontrada não só no vestuário, mas também numa série de acessórios pessoais e em brinquedos infantis.