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TLC e Lionesa à beira da falência

As empresas têxteis Luís Correia e Lionesa, englobando mais de 700 trabalhadores, estão em risco de falência. No caso do grupo Luís Correia, com unidades fabris em Guimarães, Vizela e Felgueiras, falhou o acordo extra-judicial entre os credores devido à recusa da Segurança Social em negociar a solução de viabilização proposta pelo grupo Rumape, através da associada Peruma têxteis, que propunha assegurar o nível de emprego, liquidar as dividas e manter a laboração, tendo investido desde o inicio do ano mais de 400 mil contos (dois milhões de euros). A Segurança Social pretende vender uma das unidades industriais para fins imobiliários e criar duas outras empresas igualmente destinadas a venda.

No caso da Fábrica de Tecidos Lionesa, uma empresa têxtil de Leça do Balio (Matosinhos), a viabilização estava dependente da decisão do BPI, que votou contra a proposta de recuperação apresentada pela Segurança Social, que consistia na criação de uma sociedade imobiliária e uma industrial, tendo esta ultima que abandonar as actuais instalações da Lionesa dentro de dois anos. Caberá agora ao tribunal decidir pela falência da empresa ou pela convocação de uma nova assembleia de credores numa ultima tentativa de salvar a têxtil. Recorde-se que o passivo da Lionesa chega aos 2,6 milhões de contos, (12,9 milhões de euros), sendo a divida à Segurança Social de 1,1 milhões de contos, ao BPI de 970 mil contos, aos trabalhadores de 300 mil contos e o do mesmo montante a outros credores. A empresa encontra-se a laborar com 150 trabalhadores, enquanto a outra meia centena tem o contrato de trabalho suspenso. A Fesete, federação dos sindicatos têxteis, não está disposta a aceitar a falência , voltou a responsabilizar a Segurança Social pela situação criada e vai pedir ao Provedor de Justiça uma investigação sobre as decisões do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e uma audiência ao secretário de Estado da Segurança Social. Em ambos os casos, a Fesete acusa a Segurança Social de privilegiar «interesses imobiliários de grupos privados», em detrimento da salvaguarda dos postos de trabalho e do interesse nacional.