O Tribunal Judicial de Gouveia declarou na passada quinta-feira a falência da fabrica Bellino & Bellino, a única empresa têxtil daquele concelho, adiantou o diário Público. Quatro meses depois de a empresa ter encerrado, surge a decisão, implicando o desemprego de 115 trabalhadores, correndo agora o prazo para a reclamação de créditos. O passivo da Bellino & Bellino está estimado em cerca de 6 milhões de euros. A Câmara Municipal de Gouveia tentou ainda estabelecer diversos contactos para a reactivação da empresa, pelo que as instalações da empresa ainda receberam a visita de dois empresário do Norte, e um deles apresentou uma proposta por escrito. Álvaro Amaro, presidente da autarquia, referiu ao Público que a proposta previa a retoma imediata da laboração, embora não contando com todos os trabalhadores, comprometendo-se no prazo de seis meses a apresentar uma proposta de aquisição dos activos e de negociação do passivo. No entanto, a administração da Bellino & Bellino não aceitou e impôs condições de libertação de avales pessoais que totalizavam 848 mil euros. Se não tivessem impostas esta condições, a Bellino & Bellino poderia estar a laborar, afirmou o autarca. Carlos João, do Sindicato Têxtil da Beira Alta, adiantou àquele diário que a declaração de falência já era esperada, e que foi um passo importante para a Bellino & Bellino poder reabrir, possibilitando a um dos empresários interessados a compra da empresa em hasta pública. Entretanto o Diário Económico (DE) revelou que a sociedade de capital de risco PME Capital perdeu 1,5 milhões de euros com esta falência – onde detinha cerca de 50% do seu capital social através do fundo FRIE PME Capital e decidiu instaurar um inquérito judicial para apurar as responsabilidades da administração da empresa em todo o processo. O DE adianta ainda que a Câmara foi contactada por potenciais interessados, podendo a capital de risco vir a reaver os suprimentos de 500 mil euros que realizou.