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Twintex reconhecida como de interesse estratégico

A produtora de vestuário sediada no Fundão renovou o estatuto de interesse estratégico, um reconhecimento que mantém desde 2013. A Twintex, que conta 41 anos de história, continua, de resto, a apoiar-se na responsabilidade social e ambiental para navegar as atuais dificuldades do mercado e preparar-se para o pós-Covid.

Bruno Mineiro

O reconhecimento do Estatuto de Interesse Estratégico foi aprovado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o qual refere, segundo o certificado do Instituto do Emprego e Formação Profissional, que «a empresa Twintex tem grande interesse estratégico para a Economia Regional, devido à constante promoção de emprego, impulso da economia local e contributo significativo para o crescimento da região».

Para Bruno Mineiro, «mais do que a renovação do reconhecimento em si, este Estatuto de Interesse Estratégico Económico Regional traduz a forma como a Twintex se vê a si própria: uma entidade geradora de emprego, pioneira em sustentabilidade e defensora dos bons exemplos em prática social». Fatores que, argumenta o administrador, «são a base da visão da Twintex, traduzidos em conceitos chave (Twintex Ecolife, Twintex Academy e Twintex Evolution), todos eles hoje avalizados por certificações ISO. O caminho da renovação do estatuto é também por si motivador, pois implica um constante desafio que nos encoraja para chegarmos ao nosso novo desafio: ser a fábrica de confeções do futuro».

A empresa, que contabiliza um efetivo de mais de 400 trabalhadores, é «pioneira na região da Beira Interior a requerer este título excecional, com o primeiro certificado emitido em 2013», destaca e, tal como no passado, pretende continuar «a qualificar e requalificar recursos humanos, preparando gerações e expandindo o mercado de trabalho».

Com 41 anos de atividade, a Twintex, que produz vestuário de luxo para homem e senhora, exporta 100% da sua produção para 26 países, incluindo Reino Unido, França, Itália, EUA e Canadá.

Preparar o futuro pós-Covid

Tal como a generalidade da indústria têxtil e vestuário portuguesa, a Twintex não tem sido poupada à atual crise pandémica, que tem afetado a atividade. «O habitat natural da Twintex é o do crescimento, pelo que este contraciclo provocou uma necessidade de autoanálise e definição de estratégia clara. O protocolo de segurança implementado logo em março tem vindo a sofrer melhoramentos e neste momento é respeitado por quase todos, permitindo um fluxo de trabalho que, face às circunstâncias, se pode considerar satisfatório. As medidas de apoio do Governo também ajudaram a ultrapassar as dificuldades, que infelizmente estão para durar», afirma Bruno Mineiro ao Portugal Têxtil.

Prova disso são as encomendas para a primavera-verão 2021. «Estamos a encontrar um fenómeno de sobreposição de coleções», explica o administrador. «Deveríamos estar a produzir a SS21 a todo o vapor e tal não acontece, pois a mercadoria da estação homóloga (SS20) ficou nas lojas com o arranque da pandemia em março. Por consequência, o estímulo para comprar é muito fraco (nulo nalguns casos), razão pela qual as perspetivas do próximo meio ano são muito conservadoras», admite.

Ainda assim, «a Twintex é otimista por natureza, pelo que mesmo perante o atual cenário continua a lutar com realismo para sair desta situação com substância que permita abraçar o crescimento que nos espera no pós Covid-19», revela Bruno Mineiro, que aponta para a duração deste «contraciclo» até «pelo menos maio/junho de 2021».

Neste futuro incerto, a empresa tem, contudo, uma certeza. «A Twintex está convicta de que se deve preparar em todas as disciplinas para abraçar o crescimento pós-Covid, que vai trazer novas oportunidades para empresas que tenham os eixos principais alinhados: recursos humanos, sustentabilidade, tecnologia e mercado», conclui o administrador.