Ao Jornal de Notícias, Manuel Frexes, presidente da Câmara do Fundão, afirmou que o Governo deve intervir no problema de encerramento das confecções da região. Em sete meses 750 trabalhadores ficaram no desemprego. Frexes pediu também o auxílio às autarquias vizinhas, nomeadamente Covilhã, Belmonte, Penamacor, Castelo Branco e Gouveia. Só unindo esforços a região poderá enfrentar esta situação alarmante, e o que ainda está por vir. Na opinião do autarca, só com um plano de emergência, idêntico ao que foi anteriormente implantado no Vale do Ave, será possível fazer face a esta situação. Manuel Frexe vê nos investimentos, nas isenções fiscais, na formação e na reconversão profissional dos trabalhadores a solução para este flagelo. O presidente da Câmara mostra-se profundamente preocupado com a actual situação económica das empresas têxteis da região, situação que o autarca apelida de «colapso económico» e que tem como consequência a dispensa de várias centenas de desempregados, dos quais cerca de meio milhar pertenciam à empresa Eres (Fundão), que abriu o pedido de falência no passado mês, deixando cerca de 480 trabalhadores sem salário, uma situação que só esta semana foi resolvida com o pagamento dos mesmos. As previsões não são positivas, e segundo os analistas mais confecções poderão ser encerradas a curto prazo. Segundo estimativas de Manuel Frexe se esta previsão se cumprir, até ao Verão o número de despedimentos pode atingir os dois milhares. Segundo o JN, a União de Sindicatos do distrito de Castelo Branco também é da mesma opinião, e relembra que já oito empresas fecharam e que existem indicações de outras que também poderão ter o mesmo destino. Segundo a mesma fonte, há algumas empresas que já têm os seus trabalhadores em férias. Também os sindicatos afirmam que é necessária a intervenção do Governo através da introdução de um plano de emergência que revitaliza a zona da Beira Interior e impulsione as actividades económicas existentes nesta região.