Os proprietários da Valentino planeiam fazer crescer a casa de moda italiana antes de vendê-la e não estão a sondar possíveis compradores, segundo divulgou o presidente executivo, Stefano Sassi, respondendo às especulações de que poderia existir um acordo. Sassi revelou que os co-proprietários, a empresa de fundos de investimento Permira e a família Marzotto, queriam ver a Valentino fechar a lacuna em relação a rivais maiores e prosseguir a sua expansão internacional. Questionado sobre as notícias de que a Permira estava a procurar compradores potenciais para a Valentino, Sassi afirmou no Reuters Global Luxury Summit que «eu penso que não. Existe um trabalho a ser feito. A recuperação está apenas a começar» Em relação ao corrente ano, Sassi disse esperar que as vendas cresçam cerca de 10%, impulsionadas por um segundo semestre muito forte, depois de terem caído entre 7 e 8% no ano passado. O responsável referiu que a Valentino recebeu encomendas fortes de grossistas nos EUA que apareceriam no segundo semestre e que a marca estava também a beneficiar de uma sólida procura na Ásia e de melhores negócios no Médio Oriente. Segundo Sassi, a Valentino tem como objectivo, no prazo de quatro anos, aumentar as vendas dos 240 milhões de euros registados em 2009 para os 400 milhões de euros, em parte alargando a sua oferta na gama de entrada e ampliando a sua segunda linha. Considerando que no passado não era possível comprar um vestido de cocktail da Valentino por menos de 2.000 euros, os clientes podem agora adquirir um vestido por 1.000 euros, bem como t-shirts, jeans e outros produtos de pronto-a-vestir. «A Valentino era muito exclusiva (…) Sendo mais acessível significa que está a tentar obter novos clientes», considera o responsável. Mas «nós não estamos a estender a marca para baixo», sublinhou. A Valentino, conhecida pelos seus vestidos de seda chiffon preferidos por estrelas de Hollywood, tem-se esforçado para encontrar uma nova voz após a separação com o fundador e designer Valentino Garavani em 2008. A direcção artística da casa de moda foi lentamente recuperando o coração dos críticos de moda com Pier Paolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri, os designers da marca nos últimos dois anos. A Valentino possui 75 lojas em todo o mundo e vende em mais 35 lojas, através de parceiros que compram as suas mercadorias por grosso. Sassi revelou que a empresa planeia abrir cinco lojas na China este ano, uma na Europa, uma nos EUA e uma no Japão. Questionado sobre o Dubai, Sassi respondeu que os seus parceiros na capital do luxo no Oriente Médio sentiram que o comércio estava a melhorar depois de um 2009 difícil e que a marca estava a pensar na expansão. «O Médio Oriente é o nosso mercado-alvo número dois, depois da China», afirmou Sassi. O controlo da Valentino foi adquirido pela Permira em 2007, quando fazia parte do Valentino Fashion Group (VFG), que incluía também a Hugo Boss. Em Dezembro, atingida pela recessão, o VFG teve de reestruturar a sua dívida e a Permira, juntamente com a família Marzotto, colocou a Hugo Boss numa entidade separada, juntamente com a dívida ligada a esta, e injectou dinheiro fresco nos seus negócios.