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Vencedores do retalho do futuro

A polarização dentro do mercado de retalho de moda irá levar a um declínio do sector de mercado de massa em 2016, segundo revela um novo relatório do Just-Style. O relatório, intitulado “Tomorrow’s clothing retail: sectors, markets and routes – forecasts to 2016" (em português, “o futuro do retalho de vestuário: sectores, mercados e rotas – previsões para 2016”), procura responder se as crises financeiras de 2008-2010 criaram uma mudança de paradigma no comportamento dos consumidores, retalhistas e marcas. O relatório argumenta que, embora a moda vá sempre mudar, o que é trendy não. A soma de todos os segmentos de produtos será ainda composta por aproximadamente as mesmas proporções de moda básica, moda tradicional, moda contemporânea e moda de gama alta. «O que vai mudar será a quota destas realizada por segmentos de preço diferentes, dentro da qual os vencedores serão o luxo e o barato e o perdedor será o mercado de massas», considera o autor do relatório, Malcolm Newbery, que prevê que, até 2016, o retalho de luxo e de luxo acessível tenha aumentado a sua quota em 10%, mas isso irá apenas fazê-lo regressar aos níveis anteriores à recente crise financeira. As marcas melhores e de gama média vão crescer um pouco, principalmente no mundo em desenvolvimento, pelo facto das pessoas nestas regiões estarem a aumentar o seu poder de compra. No entanto, o mercado de massas irá diminuir como resultado da polarização, enquanto o mercado de preços mais baixos vai crescer, também como resultado da mesma. «Os vencedores claros na indústria, como resultado da tendência de polarização, são os segmentos de preços baixos e o do luxo», afirma Newbery. «A deflação dos preços e a concentração dos consumidores no preço, por um lado, e o cada vez maior foco na moda por parte dos consumidores, por outro, são duas tendências paralelas que trabalham contra os retalhistas do segmento de massas. Os retalhistas do segmento de massas sofreram as maiores perdas na recente recessão, enquanto os retalhistas de preços baixos e os do luxo ou não foram afectados ou registaram crescimento», explica.   O relatório argumenta que o comportamento dos retalhistas tem sido errático desde Outubro de 2008, caracterizado por uma reacção imediata às quebras dramáticas na procura com uma onda de promoções; a percepção de que a Primavera e o Verão de 2009 teria um grave excesso de stocks; uma redução selvagem nas compras para o Outono-Inverno 2009/2010, e uma abordagem "jogar pelo seguro" na escolha de produtos para a Primavera-Verão 2010. Para o Outono-Inverno 2010/2011 alguns prepararam-se para a recuperação; enquanto outros se prepararam para uma dupla recessão. Com isto em mente, o relatório aborda quatro motores futuros para o crescimento da indústria: a polarização, o retalho on-line, questões ambientais e a cadeia de aprovisionamento.