A saúde da economia foi o principal campo de batalha política nas eleições britânicas de Maio. A Grã-Bretanha saiu da recessão no final de 2009, mas as restrições nos gastos públicos, para combater a iminência de um défice orçamental recorde, levantaram sérias dúvidas em relação à dinâmica da recuperação. Os dados do Office for National Statistics mostram que as exportações subiram 9,5% em Fevereiro, o maior aumento mensal em mais de sete anos, ajudando a reduzir o deficit comercial de mercadorias para os 6,2 mil milhões de libras desde Janeiro, onde foi registado o maior valor dos anteriores 17 meses, com pouco mais de 8 mil milhões de libras. Os números aumentaram as esperanças de que o comércio terá um contributo positivo para o crescimento no primeiro trimestre deste ano, embora os analistas advirtam que as distorções, devido às condições climatéricas, possam prejudicar a sustentabilidade do ritmo da recuperação. «O comércio foi um obstáculo significativo ao crescimento no quarto trimestre [2009], mas parece estar em curso um contributo positivo no primeiro trimestre», refere Ross Walker, economista do RBS. «Existe alguma melhoria subjacente, mas (…) o comércio líquido não vai tapar a lacuna do imobiliário e dos gastos governamentais», acrescenta Walker. A economia britânica cresceu 0,4% no quarto trimestre de 2009, após uma recessão que durou 18 meses e destruiu mais de 6% da produção nacional. No primeiro trimestre deste ano, o crescimento registado ficou nos 0,2%. Os dados do British Retail Consortium (BRC) mostram que as vendas no retalho subiram acentuadamente em Março, relativamente a igual período de 2009, mas os dados vieram novamente com um alerta, desta vez devido à época pascal que ocorreu mais cedo no calendário. O BRC disse que o valor das vendas no mês de Março foi 4,4% superior ao de há um ano atrás, quando medido numa base de paridade da área comercial. As vendas totais, que incluem novas áreas comerciais, subiram 6,6% no ano, o melhor desempenho desde Abril de 2006. «Estes números são fortes, mas teriam ficado apenas pela metade sem o efeito de distorção causado pela Páscoa», conclui o director-geral do BRC, Stephen Robertson.