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Vestuário: a chave do sucesso para a China

Cerca de um ano antes do “big bang” do dia 1 de Janeiro de 2005, realizou-se em Dresden (Alemanha) a conferência anual da ITMF, a Federação Internacional da Indústria Têxtil.

Esta constituiu, como não podia deixar de ser, mais uma ocasião para analisar e discutir os efeitos do fim do sistema de quotas no mercado internacional de produtos têxteis e vestuário, e em especial o papel que a China assumirá no cenário pós-2005.

Assim, e para o director-geral da ITMF, Herwig Strolz, a China “tem adoptado uma estratégia de marketing exemplar, pois até há 25 anos a sua indústria de vestuário era completamente obsoleta e incapaz de responder às necessidades do seu próprio mercado”

No entanto, em 2001, a China era já o maior exportador de têxteis e vestuário do mundo, com um sector que representa 10% do seu PIB e ocupa 13% da população activa.

Neste evento, Herwig Strolz considerou ainda que “a chave para o sucesso da indústria chinesa reside no enorme desenvolvimento que foi dado ao sector do vestuário, que já era internacionalmente competitivo, devido ao baixo preço da mão-de-obra”.

“Após estar bem posicionada, a China passou então a dedicar-se aos aspectos a montante da fileira dos têxteis, como a produção de fibras sintéticas”, conclui o referido responsável, que não deixou no entanto de salientar que este país é – e continuará a ser – um dos maiores importadores mundiais de matérias têxteis, vitais para o funcionamento da sua indústria de vestuário, tendo comprado ao estrangeiro, em 2001, 10,5 mil milhões de euros em matérias-primas.

Actualmente, a China “encontra-se extraordinariamente bem equipada no que toca à produção de tecidos, por exemplo, e neste ponto ganhou terreno à sua grande concorrente, a Índia, que negligenciou a criação de uma indústria do vestuário viável e bem estruturada”, considerou igualmente o responsável da Federação Internacional da Indústria Têxtil.