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Wal-Mart regressa aos básicos

A Wal-Mart tem reiterado que o seu negócio de vestuário continua a ser «um trabalho em curso». O gigante norte-americano planeia criar 500 mil empregos nos próximos cinco anos, como parte da sua estratégia de expansão internacional. Os pormenores de como o retalhista pretende desenvolver a sua actividade ao nível mundial, foram revelados na reunião anual de accionistas, que decorreu no início de Junho. Mas a Wal-Mart aproveitou a ocasião para minimizar a importância do vestuário nos seus negócios, descrevendo-o como uma parte relativamente pequena do seu negócio global. «O vestuário… não é uma parte significativa do nosso negócio total», referiu Eduardo Castro-Wright, presidente executivo da empresa nos EUA. Como proporção das vendas no mercado norte-americano, a Wal-Mart indicou que o vestuário caiu de 12% para 10% no ano anterior até 31 de Janeiro. E, no mês passado, o vestuário foi acusado de contribuir para uma queda de 1,4% nas vendas para o mesmo número de lojas na cadeia de lojas Walmart nos EUA O retalhista defende que vai «regressar aos básicos», centrando-se em produtos como meias, cuecas, jeans e t-shirts, que respondem às necessidades do dia-a-dia. A medida para reforçar a sua proposta de valor parece projectada para atrair os clientes nucleares da Wal-Mart, que incluem os mais pobres dos consumidores norte-americanos, ainda acossados pelas actuais pressões económicas. O retalhista já admitiu que os clientes mais abastados, que diminuíram os custos durante a recessão, estão agora a regressar às lojas de departamento tradicionais para os seus gastos discricionários. Delineando a sua visão para a construção da “Nova Geração Wal-Mart”, o director-executivo Mike Duke afirmou que, para ser mais global, a empresa tem necessidade de servir os clientes como uma loja local, partilhar as melhores práticas e alavancar a sua cadeia de fornecimento global. Duke também destacou alguns dos desafios que o retalho terá de enfrentar nos próximos 20 anos, incluindo o impacto da tecnologia sobre os hábitos de compras e, em particular, sobre os preços. «O retalho vai entrar em breve numa era de transparência dos preços (…) Precisamos realmente de agitar o ciclo de produtividade e fazer jus ao nosso modelo de negócio “Preços Baixos Todos os Dias”», explicou. De igual forma, o director-executivo da Wal-Mart também comprometeu-se elevar a fasquia em relação às questões sociais, defendendo que «estamos embrenhados nesta viagem. Temos de continuar a cumprir as obrigações e expectativas sociais». A Wal-Mart está a concentrar-se nos seus negócios internacionais para compensar a fragilidade nos EUA. Em Maio, o retalhista revelou que as suas vendas internacionais subiram 21,4%, enquanto que as suas operações nos EUA registaram um declínio de 1,1%. Apesar dos cortes nos custos e dos ganhos nos seus negócios internacionais terem ajudado a registar um salto de 10% no lucro trimestral, para os 3,32 mil milhões de dólares, a fragilidade nos EUA continua a ser uma preocupação. As vendas internas foram atingidas pelo aumento nos preços da gasolina e pelo crescimento do desemprego, bem como pela concorrência de outros retalhistas, que reduziram os seus preços para atrair os compradores menos abonados.